Corrigir trabalhos, avaliar redações ou revisar atividades são tarefas complexas para quem trabalha com educação. Ora, educadores sabem o quanto essas tarefas demandam tempo, energia e atenção.
Agora imagine ter uma ferramenta que pode sugerir correções, dar feedbacks iniciais e, até, ajudar a organizar critérios de avaliação, tudo isso com base no que você já faria — entretanto, com mais agilidade.
Neste artigo, você vai descobrir como o ChatGPT pode ser um grande aliado para professores e estudantes, otimizando a rotina sem substituir o olhar humano tão essencial no processo educacional. Verdade, o ChatGPT ajuda a corrigir e dar feedbacks; é o que provarei aqui.
Como o ChatGPT “pensa” ao corrigir?
O ChatGPT é um modelo de linguagem treinado para entender contextos, identificar padrões de escrita, sugerir melhorias e responder perguntas com base em dados que aprendeu até 2023.
Ele não julga, não pune e não dá nota sozinho, mas é capaz de:
- Identificar erros gramaticais ou ortográficos;
- Sugerir reescritas mais claras ou formais;
- Apontar argumentos fracos em uma redação;
- Auxiliar com rubricas e critérios personalizados;
- Oferecer feedbacks construtivos em segundos; e
- Muito mais!
Tudo isso pode ser feito a partir de um prompt bem escrito, que é como um “comando de entrada”.
Um adendo importante sobre o aprendizado do ChatGPT
Versão gratuita (GPT-3.5)
- Tem acesso a conhecimento limitado até setembro de 2021.
- Não tem acesso à internet nem atualizações após essa data.
- Tudo que responde vem do treinamento com textos públicos e licenciados até o corte.
Versão paga (ChatGPT Plus com GPT-4-turbo)
- O modelo mais recente (GPT-4-turbo) foi treinado com dados até abril de 2023, conforme informado pela própria OpenAI na documentação oficial.
- Algumas respostas podem parecer atualizadas, mas o modelo não tem memória real-time do que aconteceu após esse período, a não ser que a ferramenta de navegação pela web esteja ativada (no ChatGPT Plus com navegação).
GPT-4o (Omni) – Lançado em maio de 2024
- Data de corte de conhecimento: abril de 2023, assim como o GPT-4-turbo.
- Fonte oficial: OpenAI afirmou isso no evento de lançamento e na documentação atualizada.
- Ele não tem acesso nativo à internet, a não ser que a ferramenta de navegação esteja ativada (disponível no ChatGPT Plus).
- Tem melhorias em velocidade, custo e capacidade multimodal (áudio, imagem, texto e vídeo).
- Está disponível para todos os usuários do ChatGPT, incluindo os gratuitos, mas com limites de uso diário.
GPT-3.5-turbo e mini (apelidado “3o-mini”)
- São versões otimizadas do modelo GPT-3.5.
- Data de corte de conhecimento: setembro de 2021.
- Usado na versão gratuita do ChatGPT e em implementações que priorizam velocidade e custo.
- Não possui memória nem atualização posterior à data de corte, exceto quando integrado com navegação.
Exemplos práticos para professores
1. Correção de uma redação do 9º ano
Prompt de exemplo:
“Corrija e dê um feedback construtivo para a seguinte redação de aluno do 9º ano sobre o tema ‘Uso das redes sociais por adolescentes’. Use uma linguagem simples e pedagógica.”
O ChatGPT retorna uma análise com pontos positivos, aspectos a melhorar e, se você quiser, até sugestões de reescrita.
2. Sugestão de critérios de correção
Prompt de exemplo:
“Crie uma tabela simples com critérios para corrigir uma redação do ENEM com base nas 5 competências. Adapte a linguagem para alunos do ensino médio.”
Você pode copiar, adaptar e até colar essa rubrica em seu Google Docs, plataforma da escola ou enviar para os estudantes revisarem sozinhos.
3. Análise de respostas discursivas
Prompt de exemplo:
“Leia a seguinte resposta de um aluno para a pergunta: ‘Qual foi a importância da Revolução Francesa?’ e sugira um comentário pedagógico breve, destacando o que está bom e o que pode ser melhorado.”
Estudantes também podem usar?
Sim, desde que bem orientados. A IA pode ser uma ferramenta muito útil e surpreendente para:
- Revisar um texto antes de entregar;
- Simular uma autoavaliação;
- Receber sugestões de melhorias;
- Aprender com os próprios erros.
Mas atenção: o uso deve ensinar, não fazer o trabalho por completo. É papel da escola mostrar a diferença entre uso ético e plágio digital.
IA NÃO É CORRETOR OFICIAL!
Apesar de eficiente, o ChatGPT não substitui o olhar pedagógico de um professor. A IA ajuda, mas não entende contexto emocional, histórico, ou pedagógico com profundidade humana.
Portanto:
- Use o ChatGPT como apoio, não como substituição;
- Personalize os prompts de acordo com seus objetivos de aula;
- Revise as sugestões, adapte à realidade da turma e mantenha o toque humano.
Dicas para usar bem o ChatGPT em sala de aula
✅ Comece com tarefas simples (como análise de frases ou sugestões de título);
✅ Crie um banco de prompts para correções por tipo de atividade;
✅ Oriente os alunos sobre uso consciente e responsável;
✅ Mostre como o feedback automatizado pode ser o primeiro passo para a reescrita;
✅ Incentive o uso para autoavaliações guiadas.
Conclusão
Com o ChatGPT, o professor ganha tempo, qualidade e personalização no processo de avaliação. Além disso, os estudantes passam a participar mais ativamente da própria aprendizagem.
A inteligência artificial não veio para tirar o lugar do educador, mas para potencializar suas habilidades como ferramentas muito úteis e ágeis. Com bom senso, criatividade e ética, é possível transformar a forma como lidamos com as correções e feedbacks em sala de aula.
Referências
OPENAI. ChatGPT Release Notes. Disponível em: https://help.openai.com/en/articles/6825453-chatgpt-release-notes. Acesso em: 11 maio 2025.
OPENAI. GPT-4o and more. Disponível em: https://openai.com/index/gpt-4o-and-more. Acesso em: 11 maio 2025.
OPENAI. Models. Disponível em: https://platform.openai.com/docs/models. Acesso em: 11 maio 2025.